Na MEO mantém-se a luta <br>mesmo em tempo de férias

RESISTÊNCIA As organizações dos trabalhadores da MEO e do Grupo PT reafirmaram como «grandiosa» a jornada de 21 de Julho e anunciaram um plano para os próximos tempos, pois «a luta não vai de férias».

As iniciativas de denúncia pública vão continuar este mês

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Este foi mesmo o título escolhido para o comunicado conjunto, emitido pela Comissão de Trabalhadores e pelos oito sindicatos que têm promovido a resistência e luta contra as medidas da multinacional Altice, no dia 26, após a primeira reunião desde a greve nacional e a manifestação em Lisboa. Como «uma conclusão bem evidente», assinala-se que «as ORT e os trabalhadores têm todos uma maior responsabilidade futura, a qual tem de ser integralmente assumida até se conseguir os objectivos que deram origem à luta».
«Foi decidido dar continuidade à luta, com a dimensão adequada ao período» actual, avançando-se no comunicado com alguns passos para os tempos mais próximos, nomeadamente: realizar iniciativas com visibilidade pública, «porque o País necessita de conhecer bem a catástrofe que paira sobre os trabalhadores da PT Portugal»; acompanhar os trabalhadores «transmitidos», alertando-os para que não assinem, sem consultar o seu sindicato, documentos que as empresas lhes estão a apresentar; prosseguir as reuniões institucionais e insistir em serem recebidos pelo primeiro-ministro e pela presidente executiva da PT Portugal.
Ainda nessa quarta-feira, a CT da MEO destacou «um conjunto de plenários e concentrações», de entre as iniciativas de luta decididas «em defesa dos trabalhadores da PT, dos seus postos de trabalho e do futuro da empresa». Mas «todas as formas de luta continuam em aberto e serão proximamente divulgadas, depois de discutidas e validadas pelos trabalhadores».

Uma primeira concentração, nesta série de iniciativas em Agosto, teve lugar no dia 27, quinta-feira, em Setúbal, antecedida de um plenário. Aos trabalhadores, Bruno Dias levou a solidariedade do PCP. O deputado insistiu que, com as leis em vigor, o Governo e as autoridades têm plena capacidade para realizar uma intervenção rápida e decidida.

No dia 28, o foco deslocou-se para o Porto. De manhã, nas instalações da PT na Rua Tenente Valadim, realizou-se um plenário de trabalhadores abrangidos pela «transmissão de estabelecimento».
Arménio Carlos e a delegação da CGTP-IN foram impedidos de entrar no edifício, uma decisão patronal que o Secretário-geral da Intersindical considerou como um sinal de fraqueza e de medo. Na semana passada, antes de concretizada a mudança de empresa daqueles trabalhadores da MEO, Arménio Carlos tinha ali estado e a visita, na sexta-feira, permitiria confirmar que eles ocupam os mesmos postos de trabalho e respondem às mesmas necessidades do serviço.
Intervindo na concentração que teve lugar a partir das 12h30 – e onde estiveram, a prestar solidariedade, Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central do PCP, e Ilda Figueiredo, do CC, que encabeça a lista da CDU para a Câmara Municipal do Porto –, o dirigente da Inter exigiu a reversão da «transmissão de estabelecimento» e o fim da pressão sobre todos os trabalhadores, patente na tortura psicológica que representa manter funcionários sem tarefas atribuídas.
Lembrou ainda a luta nos call centers e no back-office, pela integração nos quadros da MEO, para acabar com a precariedade de centenas de trabalhadores.

Nas instalações da Altice Labs (antiga PT Inovação), em Aveiro, teve lugar no dia 1, terça-feira, um plenário de trabalhadores de empresas do Grupo PT. Seguiu-se uma concentração, no exterior do edifício.
Em solidariedade, ali estiveram Miguel Viegas, deputado do PCP no Parlamento Europeu, e Filipe Guerra, eleito do Partido na Assembleia Municipal de Aveiro. Salientando a necessidade de intervenção firme e determinada do Governo, Miguel Viegas (cabeça-de-lista da CDU na eleição da Câmara Municipal) exigiu pelo menos uma palavra do presidente da Câmara, até porque a PT é uma empresa-chave no concelho e tem uma importantíssima ligação ao desenvolvimento da cidade e, em particular, da Universidade de Aveiro.
Em Aveiro esteve também Francisco Gonçalves, do secretariado da Comissão de Trabalhadores da MEO, que confirmou à agência Lusa o prosseguimento das reuniões com os trabalhadores e protestos à porta de instalações da empresa, em Agosto, e a preparação de «formas de luta mais intensas e mais mediáticas» logo a partir de Setembro.

 



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